
Se eu conseguisse expressar o que sinto
O vulcão que paira aqui dentro
A confusão de sentimentos, a mescla de pensamentos
Se soubessem o que sinto, os segredos guardados
As sombras do passado, as indefinições do presente, os receios do futuro
O medo que tenho do “branco ou negro”
Da inconstância emocional, dos impulsos incontroláveis
Se eu conseguisse colocar em palavras o que vai aqui dentro
O orgulho, a teimosia, o perfeccionismo, a ira
Os inúmeros defeitos que me caracterizam
Que fazem de mim aquilo que efectivamente sou
Aquilo que eu não mostro
A dor que me invade, que aumenta todos os dias
A frustração de uma vida falhada
O desprezo que tenho por mim
A dedicação que tenho pelos outros
O esforço que faço para ser forte, que me consome
Palavras, actos, pensamentos, emoções
Palavras que digo e oiço
Actos desproporcionados
Pensamentos sombrios
Emoções descontroladas
Passo a linha da fronteira como um furagido assustado
Entro num abismo onde já estive
A solidão, a raiva e ódio por mim
A depressão que me diz que não vale a pena lutar
As forças que se esvaem em pó
O desejo que tudo termine
O quadro que pintei... “até logo”
Mais uma vez desistir... adormecer
Mais uma vez deixar de sofrer
2 comentários:
Sabes, a poesia também ajuda. É catártica. E tu tens uma enorme capacidade de escrita. É um bom diário, uma boa maneira de insuflares ar novo para o teu interior saudoso e cansadito.
Abraço
Daniel Silva disse...
Como disse, apenas escrevo para "descarregar" algumas das coisas que diariamente, por diversos motivos, não posso partilhar, falar ou simplesmente transmitir.
Prefiro o desenho, mas ainda não inventaram um blog que me permita transmitir os meus pensamentos através de imagens criadas por mim...
Obrigado pelo comentário...