
A vida funciona como um circuito de vias de comunicação, sejam elas estradas, vias férreas, aéreas ou outras.
Todas elas te transportam em direcção a um destino, todas elas estão recheadas de informação, todas representam um perigo eminente.
No seu percurso, encontramos sinalização, alguma apenas informativa, outras avisadoras de perigo e outras de obrigatoriedade.
A vida funciona do mesmo modo, ao longo do seu percurso vais recolhendo informação, experiência... alertas, que muitas vezes nem te apercebes que lá estão... leis, deveres e obrigações, que te vão guiando em direcção ao teu destino e com os quais deves cumprir.
Numa estrada, por exemplo, deparas-te com diversos cruzamentos, inúmeros percursos alternativos que te podem conduzir ao teu destino, uns mais rápidos, outros mais económicos, outros mais belos, mas ao mesmo tempo mais atribulados e longos.
A vida não é muito diferente, com dezenas, centenas, milhares de opções, de caminhos para chegar ao destino, para atingir o objectivo.
As opções são tomadas por cada um, de acordo com as suas necessidades, com as suas vontades e desejos ou simplesmente por falta de reflexão e seguir aquele que o instinto indica.
Ao longo do meu percurso, acho que já segui as diversas direcções: as mais longas e belas, as mais rápidas e caras, e as mais económicas que, no entanto, não transmitem o mesmo prazer que as outras.
Já tomei opções erradas, seguindo caminhos que pensava serem alternativos, mas que na realidade não o eram, obrigando-me a fazer inversão de marcha e a retomar o caminho principal, ou, quando realmente perdido, parando para pedir ajuda a algum transeunte local, com conhecimento desses tenebrosos caminhos.
Tudo se equipara entre a vida e uma rota traçada entre dois pontos, as semelhanças são tantas e nem nos apercebemos disso. Tenho efectuado longos percursos, percorrido grandes distâncias nos últimos tempos, tenho pensado, tenho-me vindo a aperceber destes pormenores, que sem tempo para o fazer, nunca me passariam pela cabeça.
Esses momentos, têm-me ajudado a tomar algumas decisões, a seguir algumas opções, sendo que, nem assim, todas são felizes. Algumas vezes penso se não seria mais frutífero deixar o instinto conduzir-me... mas acho que é nesses momentos que fico com sono e tenho de encostar na estação de serviço mais próxima.
Estou neste momento numa encruzilhada, num cruzamento com diversas opções possíveis, com inúmeros caminhos que se cruzam num ponto. Tenho de tomar opções, decidir qual dos caminhos deverei seguir. Sempre nos questionamos se o caminho que pensamos optar é o mais correcto, se aquele é o que nos leva ao destino da forma mais confortável. Temos sempre esperança que exista um caminho que seja o mais rápido, o mais económico e ao mesmo tempo o mais belo.
Acho que há muito tempo deixei de acreditar nesse caminho. Um caminho através do qual podemos conduzir à velocidade que pretendermos, que não tem portagens, sem Brigada de Trânsito e com um manto de belas flores de um lado e um extenso oceano do outro.
Já me disseram que alguém encontrou esse caminho, que ele existe, mas na realidade enquanto não o vir com os meus próprios olhos, não acredito que seja, pelo menos, como me descreveram.
Já me iludi tantas vezes... seguindo um caminho que inicialmente parecia belo, com flores e tudo, com oceano e tudo, recto e com largura suficiente para o conduzir a meu belo prazer... quando de repente e quando menos esperava, aparece uma curva acentuada, seguida de contracurva, sem uma sinalização adequada...
A primeira vez em que me deparei com tal situação, acreditei que teria sido um acaso, uma estrada mal terminada. Após tantas situações semelhantes, prefiro estar consciente que o caminho que idealizo, que me contaram existir, não passa de uma utopia, de uma ilusão!
No cruzamento actual, seguirei o caminho que me parecer mais adequado e em breve aqui estarei para contar onde me levou e que tipo de percurso representava...
2 comentários:
Precisamente. Seguir o caminho que mais te parecer adequado, embora o termo "adequado" possa ter algumas variaveis: Por vezes aquele primeiro impulso deve prevalecer; outras vezes nao. Mas pensar demasiado retarda as decisões e torna-se ainda mais dificil decidir. Não sei que fazes nem de onde és ou onde andas nem nada tenho a ver com isso, claro, mas a primeira ideia que nso vem à mente quando tentamos decidir algo, é a que está certa do ponto de vista de ser aquilo que realmente queremos. Outra coisa é saber se é exequivel, mas é no equlibrio disto que se devem tomar as decisoes...
Abraço e bom caminho :)
Daniel Silva disse...
Bem tento seguir o caminho que a razão e a emoção me indicam. O problema é que raramente estas duas componentes estão de acordo e aí prevalece o instinto, o estado de espírito e a vontade.
Obrigado pelo sábio comentário!